quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

SENTIDO DAS ÁGUAS


Você reascende em mim a vontade de sonhar

Viver ao seu lado traz sentido

É como um convite 

Me chama pra uma dança 

Dessas que os nossos olhos marejam

E os nossos corpos se encaixam

Se entrelaçam num abraço do infinito.


Encontrei no fundo dos seus olhos

Alguma coisa que faça sentido

(Quero que saiba que você é um grande presente)


O amor altera o sentido das águas.

É um sobe e desce o caminho do peito

Assusta e sustenta uma esperança esquisita

De viver

De sentir sua respiração 

E seu corpo quente

Que pulsa


Vai, me chama pra sua dança

Em que nós vira uma

Que escorre em todo engasgo da vida

Que navega por de trás, 

Onde o futuro ganha sentido.


Você vê quantos caminhos abriu 

Nessas minhas águas-correntes?


Percorre comigo cada oceano seu

Até a última gota.

quinta-feira, 18 de maio de 2023

não foi por acaso

que escolhi letras

foi a minha ânsia

de falar

todo o silêncio guardado

entre seus

(es)tragos

ocupada demais

tentando ser amada

que me esqueci

de sonhar



 os livros 

têm sido

companhia


existência 

de incompreender

o compreendido

que sou


há busca

desejo

de ser

amada.

sem data.

dengo

sendo

cena


tenho

estado

plena

 de alguma maneira

o vento sempre 

me lembra 

de alguma coisa

como uma sensação

repetida

que me convida a viver


tanta coisa se passa

entre os ventos

os devaneios mais intensos

e os amores mais preciosos


tudo que me constrói

é servido pelo vento

de ver por isso

que a tempestade não me amedronta


não me experimenta na garoa.


eparrei, mamãe Iansã! 

(28/02/23)

 tudo é pazzz

passageiro

mas não significa

que voltamos 

inteiros


tudo é pela travessia.



 (28/02/23)

quarta-feira, 17 de maio de 2023

nada tapa esse vazio

nada tapa esse vazio

o inominável

descia rios abaixo


me enforcava

em laços


rapel

em arame farpado


me afoguei 

nos seus braços


esse vazio é o espelho que só mostra seu rosto 

(4/5/23)

domingo, 2 de abril de 2023

 ressignificar recomeços

de onde eu sou?

tudo que pude ser

sempre foi pouco de mim


o silêncio das novas páginas

traga o percurso do passado

desviar na próxima esquina

ressoa o que não se refaz


é pra onde que eu vou?

(é pra onde que eu voo?)

não

é pra onde que eu quero ir?

(é pra onde que eu voo?)


voltar pra onde não pertenço 

mantém as escolhas que mereço

fugir do amanhã se esconde

nas quebradas que sou.


sim, 

é sobre ela.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

 julguei errado

a cumplicidade
achei que era
o exagero
e
buscar a
impossibilidade
no amor.

hoje me resta
reconhecer a avareza da minha alma
e tirar o vazio de baixo do tapete.